A primeira notícia documentada sobre a descoberta do ouro em Minas Gerais é do ano de 1693. Segundo a versão que correu a época, Antônio Arzão saiu pomposo de Taubaté para caçar índios e voltou estropiado sem conseguir nenhum. Mas encontrou ouro. Abalado, entregou o mapa da mina para o cunhado Bartolomeu Bueno de Siqueira, um jogador viciado que estava foragido na vila. O resultado deste episódio: o ciclo do ouro e o início da colonização oficial de Minas Gerais. Só o rei de Portugal não sabia onde estava o ouro. Os taubateanos, por exemplo, já viviam nas minas há tempos…

 

Conversas interceptadas

Rei de Portugal: Vosso antecessor me informou que as novas minas descobertas em Taubaté rendem muito ouro. Ordeno que quando averiguar as minas de São Paulo, examine estas de Taubaté. Governador do Rio: As minas de Taubaté são as chamadas dos Cataguases; o ouro é excelentíssimo.

 

Fundador de Minas Gerais

O taubateano Salvador Fernandes Furtado de Mendonça descobriu ouro em Ribeirão do Carmo e acabou sendo considerado o fundador da própria Minas Gerais. Mendonça fundou Mariana, a primeira cidade de Minas Gerais. Uma vez por ano ela é considerada capital do Estado.

 

Pé na garganta

Em 1596,o governador geral do Brasil, em busca das lendárias minas de Sabarabuçu, enviou um expedição do Rio de Janeiro às Minas Gerais. Os aventureiros seguiram uma trilha indígena que ligava Paraty ao Vale do Paraíba e depois , atravessando a garganta do Piracuama, continuaram pela região mineira. Essa rota transformou-se em Estrada Real que serviu a tráfego e comércio entre a cidade do Rio de Janeiro e as vilas de Paraty e Taubaté.

 

Detetive da história

O Arquivo Histórico de Taubaté tem um importante acervo. A Universidade de Lorena recorreu a ele para buscar mais informações sobre a Estrada Real, a lucrativa rota turística entre Paraty e Minas Gerais. E aí que entra a pesquisadora Lia Carolina. Ela trouxe a luz a existência de uma estrada real mais antiga. Foi por causa dessa antiga rota que a de Paraty passou a existir.

 

Esperto feito uma anta

A anta é um mamífero pesado. Mesmo pelo mato denso e fechado da Mata Atlântica, ela conseguia abrir picadas que se tornavam trilhas. Os índios Guaianás seguiam o caminho das antas para transitar entre as aldeias de baixo (Paraty) e a de cima (Taubaté). Segundo documentos históricos, os portugueses colonizaram a região em função dessa trilha. Moral da história: não subestime uma anta.