OS MORTOS DA DOM EPAMINONDAS

Em 1969, uma ossada humana foi desenterrada da frente da Igreja Matriz, na praça D. Epaminondas. Para o alívio de todos, sua origem remetia ao período da fundação da cidade, quando havia um cemitério ao lado da capela original.

 

VELHO HÁBITO

No século 19, enquanto escavavam as fundações da Catedral de São Francisco das Chagas ou faziam sua ampliação, operários encontraram ossos humanos por diversas vezes. Entre os antigos moradores era comum o hábito de enterrar pessoas dentro da igreja.

Cerimônia de enterramento de Dom Couto, em 2015, no interior da igreja de São Francisco das Chagas de Taubaté, a Matriz.

MAIS OSSOS

O interior do Convento de Santa Clara também servia para o enterramento de pessoas. O primeiro homem enterrado lá foi João Delgado de Escobar, em 1676. José de Castilho, um dos mais importantes sertanistas de Taubaté, foi o primeiro irmão da Ordem Terceira enterrado no Convento.

 

ALTA SOCIEDADE

O Convento também abriga um dos mais antigos cemitérios da cidade, o Cemitério da Venerável Ordem Terceira, local preferido pela alta sociedade taubateana para sepultar os seus mortos. O local abriga grandes mausoléus, como os dos freis capuchinhos, responsáveis pelo local.

Cemitério da Ordem Terceira, no Convento de Santa Clara.

 

CEMITÉRIO PÚBLICO

Na Praça Oito de Maio, junto à Rua Quatro de Março, também existiu uma necrópole. Era o Cemitério de Santa Cruz. Teria sido inaugurado em 1842 para receber as vítimas de uma epidemia de cólera que assolava a cidade. Foi desativado em 1875 e até o final dos anos 1920 os moradores da cidade conviveram com suas ruínas.

Antiga escola Dom Pereira de Barros, construída sobre o Cemitério da Santa Cruz

VIROU BAIRRO

Já ouviu falar do Cemitério Velho do Areão? Ele ficava na atual Av. Francisco Barreto Leme (Estrada Nova de Tremembé), mas foi abandonado com o tempo.

Em 1914, a Câmara Municipal doou a área para a Sociedade São Vicente de Paulo de Taubaté, para que nela fosse construído um conjunto habitacional para os leprosos que perambulavam pela cidade. Depois da obra, o local foi batizado como Vila São Geraldo.

 

SOLO SANTO?

O cemitério público do Alto do Belém foi construído para substituir aquele da Rua Quatro de Março. Por conta do crescimento de religiosos não católicos–que não tinham onde enterrar os seus mortos – e dos ideais republicanos – que separaram o Estado da religião –, a Igreja perdeu a primazia sobre o local que deixou de ser sagrado (para os católicos). Em virtude disso, em 1890, a Irmandade de São Benedito abriu o seu próprio cemitério em terreno anexo.

Imagem do interior do Cemitério Municipal de Taubaté, no bairro do Belém.

 

ALGUNS OUTROS

– No Bairro da Estiva, nas imediações da Escola Dr. Quirino, havia um cemitério para as vítimas da epidemia de varíola de 1873.

– O primeiro pedido para a construção de um cemitério no Quiririm é de 1921.

– Na zona rural existiu o Cemitério de Santa Luzia.

 

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