O reinado de D. Pedro II durou 49 anos. Durante esse período, a família imperial fez 4 viagens oficiais ao Vale do Paraíba (1868, 1878, 1884 e 1886). Foram viagens diplomáticas, todas para amenizar os animos paulistas, cada vez menos satisfeitos com a Coroa. Além da política e da bajulação, os representantes do Estado aproveitaram para fazer turismo, promessas religiosas e para deixar lembranças para as cidades.

Primeira visita

Os primeiros visitantes foram a Princesa Isabel e seu esposo, Conde D´Eu, em 1868. A viagem entre o Rio de Janeiro e São Paulo foi interrompida em Taubaté, quando o conde foi convocado para comandar o Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai.

 

Esperando um milagre

Isabel foi à Capela de Aparecida para fazer promessa à imagem da Santa em busca de uma graça:  engravidar do herdeiro do trono. Em Taubaté, o casal hospedou-se na casa do então barão de Tremembé.

 

Testemunhas

Pelo menos duas realizações para a ocasião chegaram ao século 21: o Bosque da Princesa, em Pindamonhangaba, construído para “momentos de privacidade” do casal, e o Hospital Santa Isabel, que já não tem mais o mesmo nome.

 

Segunda visita

Na estação de Taubaté, em 1878, D. Pedro II e a imperatriz Teresa Cristina mal desceram do trem. No retorno de São Paulo, o imperador demorou um pouco mais. Chegou às 10h, almoçou no palacete Moreira de Barros, rezou na Igreja Matriz e foi embora. Nem teve tempo de apreciar a cidade que foi toda maquiada para recebê-lo.

 

Terceira visita

Em 1884, a princesa Isabel e o Conde D´Eu voltaram ao Vale. Isabel foi à Aparecida para varrer o chão da Igreja como pagamento da promessa pela graça recebida. Parou brevemente em Taubté e rumou para São Paulo. Na volta, o casal passou por uma saia justa em Pindamonhangaba: nenhuma autoridade local foi recebê-los. Reflexos do apoio de Isabel aos abolicionistas.

 

Última visita

Ocorreram mais saias justas em 1886. Em Pindamonhangaba, só o juiz de direito foi receber D. Pedro II. Em Taubaté, um batedor de carteiras roubou sua comitiva, surrupiando o relógio de bolso do Marquês do Paranaguá. Existe uma versão mais embaraçosa, em que a vítima do roubo era o delegado de polícia.

 

Sem medida

A parada de D. Pedro II na sede da Câmara foi constrangedora. Na opinião do imperador, a construção, de 1645, estava velha e mal conservada. Quando pediu aos vereadores que lhe mostrassem os padrões de pesos e medidas, fundamentais para a fiscalização de atividades comerciais, veio a surpresa: ninguém sabia onde eles estavam.

 

Falsete imperial

À noite, o Visconde de Tremembé ofereceu uma recepção de gala ao imperador. Na ocasião, alguém se ocultava pelos corredores e contos para ouvir D. Pedro II. Era Monteiro Lobato, neto do Visconde. Não foi a estatura imponente do imperador que impressionou o menino, mas, sim, a voz assombrossamente fina do monarca. Esse Lobato …

 

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